Amor em alto mar

Finalmente resolvi escrever sobre este capítulo da minha vida a bordo, já que sempre me perguntam sobre isso. Quando embarquei, cheguei de coração vazio e disposta a passar um período de auto-conhecimento e foco no trabalho e nos novos lugares que ia conhecer. Foram quase dois meses assim.
Sempre ia a todas as festas com o intuito único de me dançar e curtir os amigos, desviando sempre das paqueras e cantadas. Porém, acabei conhecendo o Jean Philippe (“JP”), um saxofonista canadense que faz parte da Royal Caribbean Orquestra. A gente sempre se encontrava nas festas e ficava conversando por longas horas, até que acabamos juntos num belo dia de Dezembro e começamos a viver uma bela historia de amor.
Ter alguém a bordo torna a vida melhor, pois ao fim do dia você pode compartilhar suas alegrias e frustrações, amenizar um pouco a saudade de casa, além de fazer programas românticos, como tomar vinho sob as estrelas e conhecer lugares lindos como se estivesse em lua de mel. O ruim é se vive com os dias contados, pois mais cedo ou mais tarde é preciso seguir caminhos diferentes, seja para ir pra casa em férias, seja pra cumprir contrato em outro barco.
Com a gente não foi diferente, pois estou sendo transferida pra outro navio. Temos planos de nos encontrarmos nas minhas férias, seja no Brasil ou no Canadá . Mas até lá serão 3 meses de espera e muitos lugares pra conhecer. Vou voltar ao meu período de auto-conhecimento, mas agora com o coração preenchido.
Beijo enorme e muuuita saudade