PASSEIOS TURÍSTICOS

Para os tripulantes que não querem gastar dinheiro com os passeios turísticos, há uma forma de conhecer os mais variados roteiros , junto com os hóspedes (“guests”), sem colocar a mão no bolso. A cada início de cruzeiro, a área que vende os passeios para os hóspedes coloca à disposição dos tripulantes uma pasta com a lista de roteiros disponíveis e seus devidos horários de chegada e partida. O tripulante interessado em ir ao passeio se inscreve no livro e aguarda a confirmação. Em cada ônibus turístico com hóspedes vai um tripulante como apoio ao guia local e, muitas vezes atua como intérprete de outros idiomas (no meu caso, com espanhol e português) para os hóspedes que não falam inglês.

Hoje consegui um tempo livre e fui a um desses passeios, para conhecer os pontos turísticos de Alexandria, o maior porto na república arábica do Egito, e um dos maiores resorts de verão do mar Mediterrâneo (isso é o que diz no roteiro, mas eu ainda não consegui imaginar como pode ser um resort de verão se todas as mulheres aqui cobrem o corpo todo e muitas delas usam burca – aquela roupa que cobre da cabeça aos pés, só mostrando os olhos.
O mar daqui é lindo. Um azul indescritível. Porém, não se vê pessoas na praia (apesar da temperatura relativamente alta, aqui já é inverno).

Incrível também o contraste social. Por um lado, muita sujeira e pobreza nas ruas. Do outro lado da cidade, palácios, grandes avenidas e um hotel (4 Seasons) em que a menor diária custa US$1000 sem incluir café da manhã.

Conhecemos as “catacumbas de Kom El Shoqfa”, um complexo funerário datado do século II. Visitamos também a nova biblioteca de Alexandria, uma obra fantástica e com as últimas tecnologias em pesquisa pela internet (WWW.bibatex.org). Foi construída recentemente, depois que a antiga biblioteca foi destruída em um incêndio.

Foram 6 horas de pura história e cultura. Difícil descrever tudo em poucos parágrafos. Espero poder usufruir desses passeios muitas outras vezes e nos mais variados portos. Tudo vai depender dos meus horários de trabalho e dos compromissos que terei ao longo desses dias.
Bom... por hoje é só. Beijos mil... com muita saudade!!!

O poder da sexta feira...

Na vida a bordo a gente perde a noção de qual dia da semana está, afinal, trabalhamos TODO SANTO DIA. Como vocês (família e amigos queridos) sabem, eu sempre AMEI as sextas feiras. Pra mim sempre foi o melhor dia da semana.

Embora eu nem estivesse lembrando em que dia estávamos, hoje acordei com uma energia diferente e um alto astral típico de final de semana.

O navio parou novamente na ilha de Valetta, em Malta. Da última vez eu não tinha conseguido descer, pois só ficamos neste porto até as 13 horas. Hoje também já tinha me conformado com o fato de não sair, pois estava escalada para “Port Manning” (uma espécie de plantão, caso ocorra alguma emergência).

Quando fui receber um novo funcionário na entrada do navio, meu crachá não “apitou”, ou seja, não haviam me cadastrado e eu fui liberada do “castigo”. Fiquei feliz da vida, e consegui dar uma volta de 2 horas pela ilha.

Que lugar lindo! Nesses momentos , a gente esquece a saudade, o cansaço, a distância, e tudo o que deixou no outro continente, e aproveita ao máximo cada a segundo de tempo livre, contemplando as coisas boas que a vida oferece.

Jamais imaginei que um dia viria parar aqui, mas só tenho a agradecer a Deus pela oportunidade. Depois dessas duas horinhas que valeram por toda a sexta feira, tudo fluiu melhor no meu dia.
Tomara que os próximos dias também sejam assim. Por hoje é só.

Beijos e muita saudade!!!

Chegadas e partidas...

Todo cruzeiro começa e termina em Barcelona, quando temos a chegada de novos hóspedes e também de novos funcionários. Este é o dia em que eu mais trabalho, e nunca consigo sair do navio, pois “HR Center” (depto de RH) tem que cuidar de todos os detalhes da chegada e saída desses tripulantes (“crew members”).

Hoje (18 de novembro), por exemplo, tivemos 58 novos tripulantes chegando (muitos retornando de férias, outros começando o primeiro contrato), e igual número saindo ( de férias, com destino e data definida pra retornar, ou então aqueles que não querem mais continuar a vida a bordo, e que seguirão os mais variados caminhos.

Quatro pessoas do meu novo círculo de amizade saíiram hoje: Manuela (minha primeira amiga brasileira a bordo), Caio (melhor amigo da “Manu”), Glen e Shervon (meus companheiros de trabalho no RH). Convivi pouco, mas já sinto falta deles. O Glen e o Shervon têm data marcada pra voltar, mas quando chegarem eu estarei provavelmente sendo transferida para outro navio, já que vim para cobrir férias e aprender o trabalho. O Caio talvez o encontre em SP ou pelos mares do Brasil, pois daqui a 2 meses ele começa no “Vision of the Seas”, que vai fazer a temporada brasileira. A Manu não vai voltar, afinal, veio apenas para vivenciar ( e crescer) com essa experiência. Quem sabe um dia eu a visite em Recife ou onde quer que ela resolva viver.

Cada uma dessas pessoas deixou um pouquinho de si na minha história... A estes novos amigos dedico este “post” de hoje, e desejo muitas alegrias no reencontro com seus familiares. Aproveitem por mim esses momentos, pois eu ainda terei longos meses até chegar esse tão esperado dia de voltar pra casa.

Beijos a todos e muuuita saudade!!!

Falando Grego...

Nesta rota em que estamos, a cada 12 dias paramos em Atenas (Grecia), mais especificamente no porto de Piraeus. Ainda não consegui tempo suficiente para visitar os pontos turísticos da região, mas nas duas vezes que paramos , aproveitei o período de almoço e fui caminhar pelas ruas próximas ao porto e tentar comer (ou comprar) alguma coisa. Que loucura...rs. Agora eu entendo o que significa quando usamos a expressão “falando grego”... Êta língua difícil...
Inicialmente me senti analfabeta, pois era impossível ler qualquer placa com aquelas letras estranhas. A segunda dificuldade foi conseguir informações ou até mesmo comprar um lanche, pois a maioria das atendentes das lanchonetes locais não falavam inglês. Quando achei um Carrefour,fiquei feliz da vida – pensei: “agora estou em casa!”. Ledo engano... não conseguia distinguir sabão liquido de amaciante, nem xampu de condicionador...tudo escrito em grego... tentava perguntar mas ninguém me entendia. A única coisa fácil foi pagar, pois felizmente os números são universais. A moça do caixa me perguntou algo em grego (que eu deduzi que era “dinheiro ou cartão?”). Aí mostrei a nota de $20 euros e ela entendeu e me deu o troco...hahaha.
Acho que vou tentar decorar algumas frases básicas deste idioma pra poder me virar ou ser ao menos educada quando voltar aqui... o difícil será entender a resposta... : -)
Mil beijos e muita saudade

Alimentação:

Respondendo à pergunta da minha irmã Janice sobre a alimentação aqui no navio, vou falar um pouquinho para matar a curiosidade de todos. A comida dos tripulantes não é tão boa quanto à dos hóspedes – é claro – mas não dá para reclamar (ou ainda é cedo pra isso, porque ainda não enjoei...rs).
O café da manhã, pelo menos, é bem mais variado do que a dupla básica “pão com manteiga e café com leite“ que eu costumava comer na padaria todos os dias. Temos algumas frutas (melão, melancia, abacaxi e pêssego em calda), pães variados, queijos, chocolate, cereais, ovos, e algumas outras variedades de outras coisas que não me lembro.
O almoço e o jantar têm um pouco de tudo – já que é preciso agradar às mais variadas nacionalidades. Por isso, às vezes a comida é um pouco picante. Tem alguns pratos típicos, uma boa variedade de vegetais para montarmos a salada, peixe, frango, carne de boi e de porco. Sempre tem também opções para os vegetarianos.
Para beber, temos sucos de máquina e água. Para quem quer gastar, há uma máquina de refrigerante que funciona com notas de US$ 1 (um dólar).
Há uma boa variedade de sobremesas também, mas geralmente são mais bonitas do que saborosas (o que é bom, porque não corro o risco de cair em tentação).
Algumas vezes há jantar temático - esta semana, por exemplo, tivemos um jantar alemão. O legal disso é que podemos conhecer e provar os diversos pratos da culinária mundial. Ontem tivemos um Buffet de pizzas chamado “you make it, we bake it!” (você prepara, nós assamos). Como o próprio nome explica, cada um montava sua própria pizza, e o restaurante assava pra gente.
Hoje foi o dia do McBrilliance – ou seja – almoço à La Mc Donald’s (além dos pratos normais de almoço) tínhamos um Buffet para montarmos nosso próprio sanduíche - com queijos, salada, pães , fritas, e variados tipos de hambúrguer.
Como podem perceber, não dá pra morrer de fome aqui...rs. Pelo contrário, é preciso se controlar para não engordar, já que a rotina básica é acordar - trabalhar – comer –descansar um pouco - trabalhar –comer - dormir...rsrsrs. Mas estou me controlando bastante e indo pra academia quase todos os dias, pra poder voltar com o mesmo peso que cheguei.
Bom, por hoje é só. Beijo grande e muita saudade!!!

Finalmente... fotos

Segunda feira, 09 de novembro de 2009
Depois de muitas tentativas, finalmente consegui conectar meu computador pra acessar a internet da cabine, e poderei postar algumas fotos, bem como os textos anteriores que eu havia escrito mas não havia publicado....